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Nota pública em defesa da liberdade acadêmica e da universidade pública

14/04/2025 11:16

O Departamento de História e o Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina vêm a público manifestar sua preocupação e repúdio diante do constante ataque que a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) vem sendo vítima por parte de agentes públicos que utilizam seus mandatos para, com cinismo e oportunismo, atacarem os princípios de liberdade de pensamento, expressão e crítica que são pilares fundamentais do ensino universitário público no Brasil. O último episódio, envolvendo um ataque direto ao Doutor Reinaldo Lindolfo Lohn, docente do Departamento de História da UDESC, nos leva à produção desta nota, não apenas como manifestação de nosso apoio a esse notável pesquisador e professor, mas como oportunidade de defender veemente os princípios universitários que a atuação do professor Reinaldo Lohn tão bem representa.

O ataque à Universidade alimenta-se da imagem de uma instituição isolada do mundo, perdida em discussões elitistas e desconectada da realidade circundante. Repudiamos veementemente essa figura distorcida da Universidade pública brasileira e catarinense, e lamentamos que seja às vezes sustentada e divulgada na mídia sem a mínima crítica. Nós denunciamos essa imagem como uma das grandes mentiras contadas e repetidas continuamente por pessoas que, travestidas de defensoras do “bem comum” e simulando ultraje moral, não buscam outra coisa senão visibilidade social e seu interesse individual. A universidade atua em vários campos, desde a tecnologia e as ciências, a educação e o debate público: a universidade está presente na indústria, na produção científica e na comunidade. Sua atuação é múltipla, plural e aberta.

O papel da universidade no Brasil – e da universidade pública em especial – sempre foi e será o de impulsionar a criatividade, a inovação, o exame e a crítica do conhecimento. O caráter inovador e criativo da universidade se expressa tanto no âmbito científico quanto na esfera dos costumes, das identidades, e da política em geral. Isso é verdade não apenas no campo das ciências humanas – alvo preferencial daqueles que atacam o ensino universitário – mas em todas as esferas de ensino e pesquisa universitária: A inovação – seja na tecnologia quanto na medicina ou na sociologia – implica o exame crítico das opiniões recebidas e das verdades estabelecidas; implica a experimentação, implica o erro, implica a autocrítica. Essas dimensões são inseparáveis: não é possível a inovação científica sem a liberdade e a pluralidade intelectual. Se essa liberdade e essa pluralidade são às vezes consideradas incômodas, podendo ser vistas mesmo como “perturbadoras da ordem”, são também necessárias para qualquer sociedade aberta, democrática e, sobretudo, inovadora.  Para que a missão pública, científica e civil da universidade seja cumprida de acordo, a defesa da liberdade de pensamento, expressão e debate público, envolvendo professores, estudantes e a comunidade, deve florescer sem medo de retaliações.

O ataque à UDESC – e, por meio dela, à própria ideia de Universidade – se utiliza do pretexto da defesa da “moralidade pública” para fomentar a perseguição de professores e estudantes, exigindo a repressão e a supressão de opiniões, propondo o constrangimento e o controle externo do que pode ser expressado e discutido publicamente nas instituições de ensino. Mas é preciso que se diga que, por meio do ataque à Universidade, o que se realiza de fato é um ataque geral à liberdade de pensamento e expressão em nossa sociedade. Quem se preocupa com essa liberdade, deve entender que a Universidade é o bastião mais importante e eficaz para a sua preservação.  Defender essa liberdade é não apenas proteger a dignidade da docência e da pesquisa, mas também preservar a própria democracia. O exercício crítico e argumentativo, inclusive em cerimônias solenes, não é uma concessão, mas parte integrante do compromisso da universidade com a formação cidadã, a justiça social e os direitos humanos.

Por fim, é preciso recordar que a história política de nosso país guarda episódios em que o cerceamento da liberdade de expressão e o silenciamento de vozes dissidentes contribuíram para o enfraquecimento da democracia. Hoje mesmo, em muitas partes do mundo, as universidades são alvo de ataque em nome do mesmo desejo de silenciamento, pelo mesmo autoritarismo. E é justamente para que tais práticas não voltem a ganhar um solo fértil em nosso país que se faz necessário reafirmar o valor da autonomia universitária e da liberdade crítica como pilares fundamentais da vida pública.

Rejeitamos, portanto, qualquer forma de intimidação política à Universidade pública e aos seus membros, e reafirmamos nosso compromisso com sua autonomia, com a liberdade de pensamento e com o papel essencial que ela desempenha na construção de uma sociedade plural, democrática e comprometida com o bem público.

Florianópolis, 14 de abril de 2025.

Departamento de História
Programa de Pós-Graduação em História

Universidade Federal de Santa Catarina

Tags: liberdade acadêmicanota públicauniversidade pública

Disciplinas Isoladas e para Ouvinte | Matrícula

18/03/2025 10:56

Informamos que as matrículas para disciplina isolada e ouvinte ocorrem nos dias 19 e 20 de março de 2025, através do site do Departamento de Administração Escolar (DAE). Os resultados, conforme calendário acadêmico 2025, serão disponibilizados entre 21 e 24 de março.

Importante:

  • A solicitação de matrícula é feita através do link acima, porém a documentação deve ser encaminhada ao email deste departamento: ;
  • Não serão abertas vagas além das já disponíveis para cursar disciplinas isoladas.

Documentação para envio após a solicitação de matrícula no site do DAE:

  • Documento de identidade com foto;
  • Comprovação de escolaridade (mínimo de ensino médio completo).

Solicitações feitas pelo site, mas sem o envio da documentação para o email deste departamento serão indeferidas.

Tags: isoladamatrículaouvinte

Manifestação do Departamento de História da UFSC | Educação no município de Florianópolis

28/02/2025 13:20

Manifestação do Departamento de História da UFSC

Manifestamos nossa veemente objeção à nova matriz curricular estabelecida pelo Ofício 166/2025/GS/SME/PMF, de 19 de fevereiro. Essa mudança, implementada de forma arbitrária pelo Poder Executivo, sem diálogo com a comunidade acadêmica e escolar, impõe uma significativa redução na carga horária de disciplinas fundamentais, como História, Geografia, Educação Física e Ciências. No 9º ano, particularmente, as aulas de História foram reduzidas de três para duas por semana, comprometendo a formação crítica dos estudantes.

Ademais, tal ofício já está sendo utilizado como base para a definição do quadro docente das escolas municipais, afetando diretamente os profissionais da educação e impactando negativamente a qualidade do ensino.

Diante desse cenário, somamo-nos às manifestações de professores, conselhos escolares e do sindicato da categoria contra essa medida, bem como contra a Portaria nº 28/2025, que desconfigura a educação especial. Defendemos uma educação pública de qualidade, pautada no diálogo democrático e no compromisso com a formação integral dos estudantes.

Tags: Florianópolismanifestação

UFSC aprova título de Professora Emérita a Maria Bernadete Ramos Flores e Joana Maria Pedro | Informe

27/11/2024 10:52

O Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou sessão especial na tarde desta terça-feira, 26 de novembrona Sala dos Conselhos, no campus da Trindade, em Florianópolis. Na reunião foram apreciadas as propostas de concessão do título de Professora Emérita às docentes Maria Bernadete Ramos Flores e Joana Maria Pedro, ambas titulares do Departamento de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). Os dois pedidos foram aprovados pelos(as) conselheiros(as) com, respectivamente, 46 e 52 votos favoráveis.

A UFSC completará 64 anos de história no dia 18 de dezembro deste ano e em sessão solene para comemorar a data, irá homenagear as professoras eméritas. A dignidade universitária é “concedida a membro de pessoal docente aposentado, pelos altos méritos profissionais ou por relevantes serviços prestados à Instituição”.

A conselheira Marilia Carla de Mello Gaia, relatora do processo da professora Maria Bernadete Ramos Flores, ressaltou que a docente atuou no Departamento de História entre 1987 e 2013, tendo se aposentado como professora titular, contribuindo para a configuração atual do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História, o qual atua como orientadora até o presente momento. É bolsista de produtividade em pesquisa 1B do CNPq e é uma grande referência no campo da História Cultural e da História da Arte no Brasil. Contribuiu para a estruturação da Associação Nacional de História (ANPUH) em Santa Catarina, e do Grupo de Trabalho História Cultural da ANPUH a nível nacional.

Maria Bernadete é Graduada em História pela Universidade do Vale do Itajaí (1973), Mestre em História pela UFSC (1979) e Doutora em História pela PUC/SP (1991). Realizou Pós-Doutorado na Universidade Nova de Lisboa e na University of Maryland (1999-2000), e no IDAES da Universidad de San Martín – Argentina (2009- 2010). Foi professora visitante na Universidade de Salamanca (2003) e pesquisadora visitante na University of California – Campus Davis (1994). Foi agraciada com o Prêmio Destaque de Pesquisa – Centro de Filosofia e Ciência Humanas (2010). Foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC por diversos anos, e atuou no Comitê da Área de História na Capes. Dedica-se à pesquisa de História e Arte, Modernidade e Estética, Teoria da Imagem e Teoria da História. Atua na Linha de Pesquisa História da Historiografia, Arte, Memória e Patrimônio, do Programa de Pós Graduação em História da UFSC.

A professora Maria Bernadete orientou 35 trabalhos de conclusão de curso de graduação, 36 dissertações de mestrado e 41 teses de doutorado durante sua carreira. É autora de livros, capítulos de livros e artigos científicos, organizadora de coletâneas diversas, no Brasil e exterior.

Na sequência, a conselheira Maria del Carmen Cortizo foi a relatora do parecer que delineou a trajetória acadêmica da professora Joana Maria Pedro. Na leitura do parecer destacou que a docente ainda atua no Departamento de História da UFSC desde o início da década de 1980, contribuindo significativamente para a qualificação acadêmica em todos os níveis da graduação e da pós-graduação, e para a projeção nacional e internacional do Departamento e da UFSC, trata-se de uma intelectual amplamente reconhecida no campo da História das Mulheres e do Gênero no Brasil na América Latina.

A professora Joana possui graduação em História pela Universidade do Vale do Itajaí/Univali (1972), mestrado em História pela UFSC (1979) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) (1992). Fez pós-doutorado na França, na Université d´Avignon, entre 2001 e 2002, e nos Estados Unidos, na Brown University, entre 2016 e 2017. Foi professora visitante na Universidade do Chile (2021), na Universidade Nacional de La Plata (Argentina, 2013) e na Université Paris Diderot, Paris 7 (França, 2014).

No desenvolvimento de funções administrativas foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História entre 1993 e 1995, Diretora do CFH entre 1996 e 2000, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) entre 2008 e 2012, e Pró-Reitora de Pós-Graduação entre 2012 e 2016.

Entre outras atividades cabe também mencionar que foi Presidenta da ANPUH – Associação Nacional de História na gestão 2017-2019; Editora da Revista Estudos Feministas; e que atuou no Comitê da Área de História do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Aposentou-se em março de 2019, dando continuidade a suas atividades em qualidade de professora voluntária como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em História e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC, e como pesquisadora do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH). É pesquisadora 1A do CNPq.

Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil República, principalmente nos temas: feminismo, gênero, relações de gênero, história das mulheres, memória, história oral, história do tempo presente e história comparativa. Entre seus livros mais conhecidos estão “Mulheres Honestas, Mulheres Faladas: uma questão de classe” (Ed. UFSC, 1991), Nova História das Mulheres no Brasil (Contexto, 2012 com Carla Pinsky), Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul (Mulheres, 2010, com Cristina S. Wolff) e outros, além de inúmeros artigos e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior.

É necessário salientar a fundamental contribuição da trajetória da professora Joana Pedro para a luta das mulheres e para o reconhecimento dos seus direitos dentro e fora do âmbito universitário.

Rosiani Bion de Almeida | 
Coordenadoria de Imprensa do GR | UFSC

Com informações dos processos para concessão dos títulos, disponíveis nos links:

Parecer Maria Bernadete Ramos Flores

Parecer Joana Maria Pedro

Notícia retirada do Notícias da UFSC

Tags: professor

Alunos especiais | Isolada e Ouvinte | Homologação

06/09/2024 10:22

Informamos abaixo as inscrições homologadas para 2024/2. Todas as inscrições indeferidas ocorreram devido ao não envio da documentação exigida.

  • Samantha Manes Guesser;
  • Vítor Lemos Marcílio;
  • Thiele Giovana Inglêz;
  • Tales Hiroshi Medeiros Kamigouchi;
  • Caroline de Lemos Brongar;
  • André Luis de Souza Ferreira;
  • Giselle Milagros Caballero Portaro;
  • Marnie Rossana Teixeira Mendonca.
Tags: homologaçãoisolada

Disciplinas Isoladas e Ouvinte | Informe

04/09/2024 13:59

Informamos que para efetivação das matrículas em disciplinas isoladas e como ouvinte é necessário o envio de documentação comprobatória, conforme estabelecido no site do www.dae.ufsc.br

Sem a documentação as matrículas não serão efetivadas.

Instruções e inscrição para disciplinas aqui.

Tags: isoladamatrículaouvinte

Dia Internacional dos Povos Indígenas

13/08/2024 10:48

No dia 14 de Agosto de 2024, das 15:30 às 18:50, na Câmara Municipal de Florianópolis, teremos a honra de prestigiar a homenagem aos representantes dos povos indígenas e à professora Adriana Kaingang do Departamento de História da UFSC

📍 Câmara Municipal de Florianópolis
🗓️ 14 de agosto de 2024
⏰ 15:30 – 18:50

Tags: docentehomenagem

Consulta Pública | Chefia do Departamento de História | Edital nº 2/2024/CFH

26/02/2024 11:06

Tornamos público o edital para consulta pública para chefia do Departamento de História através do Edital nº 2/2024/CFH.

Art. 1º Convocar o Colégio Eleitoral do Departamento de História para eleições de Chefe e Subchefe;

Art. 2º As inscrições de chapas deverão ser realizadas através do e-mail , no dia 18 de março de 2024, até às 17h. A homologação das inscrições será divulgada no dia 18 de março, na página do Departamento de História (https://história.ufsc.br).

Art. 3º A Consulta Pública será realizada no dia 5 de abril de 2024, das 09h às 18h, através da plataforma Google Forms, em link a ser disponibilizado por e-mail aos votantes.

Art. 4º O resultado da consulta pública, registrado em ata pelo Presidente da Comissão, será homologado em reunião do Colegiado do Departamento, a ser realizada no dia 6 de abril de 2024, às 14h.

Art. 5º A Comissão Eleitoral, designada pela Portaria nº 1/2024/HST/CFH, de 9 de fevereiro de 2024, constituída pela docente Soraia Carolina de Mello, pelo servidor técnico-administrativo Raphael Tarso Silveira e pela discente Marina Silva, será responsável por conduzir o processo eleitoral.

Tags: chefia do departamento
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